Igreja é investigada por faixa com versículo de Levítico

Uma igreja evangélica em Porto do Sauípe (BA) está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual por conta de uma faixa que condena a prática homossexual.

Por ter usado o versículo de Levítico 20:13 que fala que o homem que se deitar com outro homem será morto, a igreja será acusada de sugerir a morte a homossexuais.

Foi um morador da cidade que passou pela igreja e viu a placa que resolveu fazer a denúncia, segundo informações dadas ao G1 pela promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio dos Direitos Humanos do MP-BA, Márcia Teixeira.

Uma segunda placa da igreja também será alvo de investigação por dizer: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas não é livre para escolher as consequências”.

O caso está nas mãos do promotor criminal Dário Kist que vai apurar os fatos e analisar se um inquérito civil será ou não aberto contra a igreja Congregação Batista Bíblica Salém, dona das placas.

O pastor responsável pela igreja é Milton França, que já foi ouvido e afirmou que o texto bíblico não incita a violência e nem ameaça os homossexuais como estão acusando.

“Eu fiz o que de errado? Onde está o meu erro? Eu transcrevi aqui. É a palavra de Deus”, afirmou ele que vai esperar a decisão da Justiça sobre o caso.

Mas para a promotora a situação é grave e deve ser punida. “A liberdade religiosa, o direito à manifestação religiosa, não autoriza ninguém a fazer apologia ao crime”, disse ela.

(Fonte de: https://noticias.gospelprime.com.br/igreja-investigada-versiculo-levitico/)

COMENTÁRIOS DO EVANGELISMO.BLOG.BR:

A questão do homossexualismo está ganhando a atenção no meio cristão, na mesma proporção em que o tema vem ganhando visibilidade no mundo.

Somos espectadores das grandes revoluções que esse público vem causando na sociedade e sua influência pode ser percebida nos programas televisivos, política e até no meio religioso.

Vivendo nesse cenário, como a igreja deve se comportar?

Os cristãos foram incumbidos de pregar a Palavra de Deus, dando testemunho de Cristo aos homens. Porém esse trabalho deve ser realizado com sabedoria, pois vivemos em sociedade, e as regras que regem o convívio entre as pessoas também devem ser respeitadas por nós cristãos, pelo menos até o dia em que uma lei humana nos obrigar a renunciar a fé em Deus. Nesse dia, mais importará obedecer a Deus do que aos homens (Atos 5:29).

Até o momento, vivemos em um estado laico e fazemos parte de um sistema em que os abusos são passíveis de punição. Não é crime dizer que o homossexualismo é pecado, assim como não é crime um ateu dizer que não existe Deus, mas a forma como vamos dizer isso é passível de punição pelo Estado.

Segundo a Constituição Federal, que foi promulgada sob a proteção de Deus, como consta no PREÂMBULO, é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (Art. 5º, VI).

Porém a mesma Constituição também disciplina, em seu Art. 5º:

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Confrontando os dois direitos, percebemos a necessidade de agir com equilíbrio e bom senso. Como o foco desse blog é o evangelismo, falemos então como o polêmico tema pode ser tratado em uma pregação em ambiente público.

Em primeiro lugar, observe nas Escrituras que os apóstolos não saíam às ruas em procura de praticantes de determinados tipos de pecado, em especial. Para eles, todos precisavam igualmente ouvir a Palavra de Deus e se arrependerem pelos seus pecados, cada um por suas próprias iniquidades.

Ao pregar a Palavra de Deus em um espaço público, o apóstolo Paulo não se preocupava em anunciar outro assunto, senão a morte de Cristo na cruz:

“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (…) Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.” (1 Coríntios 1:17,18; 23,24)

Pode ser que durante o evangelismo, o pregador inclua no rol de condutas pecaminosas a prática do homossexualismo, porém este não é o foco em uma ação de evangelismo. Sair por aí ostentando uma placa contra os homossexuais não é cumprir o “ide” de Jesus, como se eles fossem responsáveis por todo o mal que existe no mundo.

Quando a mulher adúltera foi posta diante de Jesus, o Senhor sequer a chamou de adúltera ou a constrangeu na frente daqueles homens. Ele agiu sabiamente e com pouquíssimas e inspiradas palavras, colocou para correr todos os acusadores daquela mulher. Finalmente concluiu dizendo: “vá e não peques mais” (João 8:3-11).

Observando o livro dos Atos dos Apóstolos, verificamos que somente após a pregação da mensagem de arrependimento e o batismo dos ouvintes crentes é que as pessoas eram iniciadas na doutrina de Cristo (Atos 2:38-42).

É nessa hora que os pecadores terão conhecimento das práticas que trazem ruína sobre suas vidas e sobre a necessidade de abandoná-las.

Expor alguém ao ridículo ou incitar, de alguma forma, a violência contra qualquer pessoa não consta como mandamento do Senhor.

A igreja, como corpo de Cristo, deve lançar o convite a todos os pecadores para que venham e conheçam o Senhor Jesus Cristo, assim como fez Filipe ao encontrar Natanael (João 1:45-46). Uma vez que o pecador está na presença de Deus e por Ele é tocado, a libertação do pecado será uma consequência, e isso ocorre no tempo de Deus.

Sobre a notícia, é notório o empenho das autoridades em punir a atitude daquele pastor. Porém o mesmo empenho deveria existir quando o contrário acontece, isto é, quando, por exemplo, um símbolo cristão é escarnecido publicamente por pessoas descrentes, a exemplo do que já ocorreu em algumas manifestações LGBT.

Gostaríamos de ver a atuação mais justa das autoridades e a aplicação da lei também nesses casos, conforme estabelecido no Código Penal:

Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único – Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Mas independentemente de qualquer coisa, devemos pedir a Deus que nos ajude, que nos conceda amor e graça para retribuirmos qualquer mal que recebamos com o bem, a fim de que o nome do Senhor Jesus Cristo seja glorificado!

Preguemos o Evangelho, mas sem apontar o dedo. Falemos de Cristo a tantos quanto pudermos, porque todos, inclusive os que se opõem ao Evangelho de Cristo e a obra de Deus, devem ter oportunidade de conhecer a verdade sobre o mundo espiritual e o plano de salvação de Deus.

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